quinta-feira, 3 de março de 2011

Meia Maratona Internacional de São Paulo - Por Camila Roma

Gostaria de dividir com meus amigos corredores e triatletas minha feliz despedida momentânea das pistas.

Durante treinos para maratonas em 2010 passei fases de monotonia e solidão. Ciente de que precisava treinar muito para realizar um sonho importante de correr a maratona em NY e privilegiadamente ser recebida na chegada pela minha família, abri mão da convivência de muitas pessoas e vida social. E foi então que decidi buscar um novo desafio, e por recomendações médicas o desgaste de 2 maratonas por ano seria muito grande para minha idade, e partir para as ultramaratonas seria ainda pior.

Tudo foi se encaixando no início de 2011 quando um grande amigo da academia e ex aluno da Race me apresentou para Ricardo e recebi o inesperado convite para fazer parte da família Race. Apenas permanecia a dúvida se continuaria das pistas ou não. Decidi então me inscrever para a Meia Maratona como um teste, para sentir como seria conciliar os treinos longos com os novos desafios. E não foi nada fácil, pensei em abrir mão da prova, mas sabia que precisava fechar um ciclo.

Ansiosa para a despedida fui a primeira aluna a chegar na tenda. As 6:30 da manhã o sol já brilhava. E logo vieram os questionamentos: por que não estou rodando na piscina? Por que não estou pedalando com o pessoal na estrada? Empolgada com as novidades antes do alongamento com a nova família fui falar um “oi” com o coração apertado para meus antigos companheiros de treino e para o pessoal da ADD, o qual tive a feliz oportunidade de conhecer durante minhas provas como guia de PNEs e estes jamais deixarei de acompanhar, mas foi estranho pensar em abandonar tudo aquilo.

Pensativa a caminho da largada cruzei muitos amigos, aqueles com quem comecei a correr há alguns anos, alguns com quem treinava até ano passado, e para minha alegria cruzei um maratonista que conheci em NY quando fora receber sua medalha comemorativa por ser o primeiro sul-americano a correr nos 7 continentes. Assumo que nessa hora lembrei de todas as histórias de provas e fotos sensacionais pelo mundo que ele havia me mostrado e por minutos pensei em desistir da minha decisão, o cara é um exemplo, convenceria facilmente qualquer corredor a fazer maratonas.

O sol já fervia. Foram quase 10 minutos para cruzar a largada, era um mar de corredores e para minha surpresa muitos deles estavam ali para a meia maratona. As ruas foram tomadas por corredores, o clima festivo estava dentro de mim, e para não me sentir triste eu corria pensando que aquilo era apenas 1/3 do meu objetivo. Foi leve, light, comecei no ritmo de 6:30, mas logo no início fui “empurrada” por uma amiga querida e estabelecemos a meta de 5:45/km. E deu certo! Apesar das dores dos treinos nas outras modalidades que sentia pela primeira vez e do meu maior inimigo sol concluímos a prova em 2:08, 10mits abaixo em relação a 2010. E assim encerrei um ciclo para me jogar de vez no novo desafio do triathlon, senti que a corrida é um obstáculo que posso vencer com segurança, cautela e principalmente sem lesões desde de que tenha dedicação e respeito às minhas limitações.

Agradeço o apoio de todos os treinadores que acreditam que posso realizar o sonho de fazer triathlon, os meninos que me receberam muito bem na tenda sem nem me conhecer praticamente e muito menos sem saber meu propósito nesta prova e ao Ricardo que me incentiva desde o primeiro treino. Não sei quando voltarei a fazer provas longas de corrida, mas com toda certeza sei que posso contar com o apoio desta família independente da minha escolha.

Camilinha

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